PERFURAÇAO ESCLERAL COM REAÇAO DE CAMARA ANTERIOR E TAMPONAMENTO ESPONTANEO COM TRATAMENTO CONSERVADOR.
Relatar um caso de perfuração escleral com reação de câmara anterior e tamponamento espontâneo com tratamento conservador.
Paciente M.A.S. de 33 anos, admitido no serviço de urgência oftalmológica com história de traumatismo ocular em olho direito por fragmento metálico proveniente de lixadeira elétrica. Paciente, que não usava EPI, relata que apresentou dor ocular leve, BAV logo após o trauma com melhora gradual e que retirou o corpo estranho com a mão. Ao exame: acuidade visual 20/20 em AO. À biomicroscopia observou-se em OD hiperemia 1+/4+,câmara anterior formada com reação de 4+/4+ com formação aglutinados fibrinoides mais concentrados em região temporal superior, sinal seidel negativo, observado tamponamento espontâneo de óstio traumático em conjuntiva nasal superior, CAF, íris trófica e cristalino transparente. A tonometria de aplanação do OD apresentava-se com 14mmhg. À fundoscopia do OD: disco fisiológico, persistência de fibras mielinas peridiscal, polo posterior sem alterações, retina aplicada, meios transparentes. Ecografia sem alterações. Optou-se por tratamento conservador, sendo prescrito antibiótico oral e corticoide tópico. Após 24h, paciente retornou para avaliação e ao exame observou permanência da uveíte anterior e melhora dos depósitos de fibrina. Com 72h a biomicroscopia estava completamente normal. Durante todo o tratamento, o paciente permaneceu com AV de 20/20.
Trata-se de um caso atípico de perfuração escleral sem necessidade de tratamento cirúrgico.
Perfuração escleral; Uveíte anterior, Tamponamento espontâneo, Trauma ocular
Oftalmologia Geral
Isabela Matos Takahashi, Gabriela Picchioni Baêta, Mariana Prates Camilo , João Vitor Fortuna Laranjeira , Arthur Amaral Nassaralla