PERFIL EPIDEMIOLOGICO DE PACIENTES COM GLAUCOMA CONGENITO DE UM CENTRO DE ATENÇAO TERCIARIA EM SAUDE DE BELO HORIZONTE - MG
Analisar e classificar o perfil clinico-epidemiológico de pacientes menores de 8 anos atendidos no ambulatório de referência em Glaucoma da Santa Casa de Belo Horizonte através do Childhood Glaucoma Research Network Classification (CGRNC).
Estudo retrospectivo em que foram analisados os prontuários dos pacientes com idade abaixo de 8 anos atendidos no SUS em ambulatório de referência em Glaucoma Congênito, na Santa Casa de Belo Horizonte/MG no período de Maio de 2022 a Setembro de 2022. O diagnóstico foi classificado através do CGRNC. As seguintes variáveis foram analisadas: diagnóstico, olho acometido, idade, sexo, cirurgia realizada e tratamento clínico vigente. Além disso, foram consideradas informações quanto ao pré natal como número de consultas realizadas, idade gestacional, tipo de parto e intercorrências gestacionais.
Dos 212 pacientes menores de 18 anos atendidos no setor, 28 atendiam aos critérios de inclusão, 64% eram do sexo masculino, sendo a idade média de 2,9 anos. 59% das crianças nasceram de parto cesárea, 14% apresentou algum tipo de mal formação e 36% necessitaram de suplementação de oxigênio. Quinze pacientes (53,6%) foram considerados suspeitos de glaucoma, sendo o achado de aumento da escavação o motivo mais frequente de encaminhamento. O subtipo de glaucoma mais prevalente foi o glaucoma congênito primário com 39,3% (11 pacientes). Foram diagnosticados duas crianças (7,1%) como glaucoma associado a doenças sistêmicas não adquiridas, sendo todos portadores da síndrome de Sturge Weber. Oito pacientes com glaucoma (62%) apresentaram acometimento ocular bilateral. Dos 20 olhos que realizaram tratamento cirúrgico, 17 (65,4%) foram submetidos apenas a trabeculotomia (TRO). Havia registro de trabeculectomia em 3 olhos. Em dois casos, por se tratarem de pacientes encaminhados de outros serviços, não havia registro de cirurgias prévias. Com relação ao tratamento clínico, 85% dos pacientes necessitaram do uso de terapia tópica após o procedimento cirúrgico, sendo os beta bloqueadores a usados por 73% dos pacientes, seguido por inibidores da anidrase carbônica em 36% e análogos de prostaglandinas em 27%.
Conclusão: A análise do perfil clínico-epidemiológico de pacientes com glaucoma congênito é de extrema importância, tendo em vista que se trata de patologia rara. A padronização da classificação utilizando a CGRNC auxilia o acompanhamento e facilita a comunicação entre os médicos especialistas.
Glaucoma congênito; trabeculotomia; epidemiologia; classificação.
Glaucoma
SANTA CASA DE MISERICORDIA DE BELO HORIZONTE - Minas Gerais - Brasil
Janaína Miranda Guimarães, Hevila Rolim, Marina Fonseca Resende, Vinicius Flávio Almeida Oliveira, Rebeka Hayashi Vicente, Ana Flávia Lacerda Belfort