Dados do Trabalho

Título

CERATITE ESTÉRIL COM PERFURAÇÃO BILATERAL RECORRENTE E EVOLUÇÃO COMPLICADA SECUNDÁRIA À SÍNDROME IMUNOLÓGICA.

Objetivo

Relatar raro caso de ceratite imune bilateral com perfuração recorrente secundária a síndrome imunológica.

Relato do Caso

Paciente feminino, 62 anos, admitido na urgência de um serviço oftalmológico referência com queixa de baixa visual e extravasamento de líquido em ambos olhos há 2 dias. História pregressa de lúpus há 20 anos em uso de Metotrexate 10 mg semanal. Acuidade visual de vultos em ambos olhos (AO). Biomicroscopia AO: hiperemia conjuntival moderada, ceratite central com perfuração medindo 2 mm, hipotalamia. A priori, aplicado AO cola de cianoacrilato e lente de contato, corticoterapia tópica, pulsoterapia com metilpredinisolona e ciclofosfamida. Paciente evoluiu com catarata intumescente ambos olhos e glaucoma de etiologia facomórfica em olho esquerdo (OE). Submetida a facectomia extracapsular com implante de lente intraocular e ceratoplastia terapêutica devido recorrência de perfuração em OE. Durante pós operatório paciente evoluiu com derretimento do botão doado, sendo submetida a 3 ceratoplastias terapêuticas neste olho. Paciente apresenta hipótese diagnostica de síndrome de Sjogren primário pela reumatologia, aguarda biopsia de glândula salivar para confirmação e mantém corticoterapia oral 60 mg associada a pulsoterapia com ciclofosfamida com plano de 6 ciclos.

Conclusão

Ceratite imune com perfuração bilateral recorrente é rara e potencialmente grave sendo que o tratamento envolve equipe multidisciplinar para manejo adequado desses pacientes.

Palavras Chave

ÚLCERA DE CÓRNEA; PERFURAÇÃO CORNEANA; BILATERAL; SÍNDROME IMUNOLÓGICA.