QUEIMADURAS QUIMICAS: NAO E UM PROBLEMA BASICO
Analisar o caso de uma paciente com queimadura química grave, realizando uma breve revisão de literatura sobre o tema.
Paciente do sexo feminino, 29 anos, sofreu uma queimadura química em ambos os olhos por soda cáustica. Compareceu ao serviço de urgência de um grande hospital oftalmológico, não tendo realizado lavagem ocular devido a dor importante. Ao exame, apresentava acuidade visual em olho direito (OD) de 20/50 e de 20/800 em olho esquerdo (OE). À biomicroscopia do OD, apresentava hiperemia conjuntival 2+/4+, desepitelização corneana central e inferior e uma área de opacificação corneana periférica das 5 às 7 horas associada a isquemia limbar, configurando uma queimadura química grau 2; no OE, apresentava conjuntiva bulbar completamente avascular, 360° de isquemia limbar e a córnea totalmente opaca, configurando uma queimadura química grau 4. Foi iniciado o tratamento completo para queimaduras químicas graves, com vitamina C oral, doxiciclina oral, pomada ocular antibiótica, atropina tópica, lubrificantes e associação de corticóide e antibiótico tópicos, com maior intensidade no olho esquerdo. O OD evoluiu com melhora completa do quadro e acuidade visual de 20/20, enquanto o OE apresentou conjuntivalização corneana e acuidade visual de percepção luminosa.
As queimaduras químicas são traumas oculares de importância em nosso meio, devido a sua incidência considerável e danos oculares potencialmente graves e permanentes. É fundamental iniciar o manejo adequado precocemente.
Oftalmologia; Córnea; Conjuntiva; Queimadura
Oftalmologia Geral
Hospital São Geraldo - HC UFMG - Minas Gerais - Brasil
Caio Godinho Caldeira, Arthur Gribel dos Reis, Caio Amaral Silva, Gustavo de Barros Massote, Frederico Braga Pereira, Sabrina Cavaglieri Silva