SINDROME DO APICE ORBITARIO SECUNDARIO A CELULITE FUNGICA
Relatar caso de paciente diabético com suspeita diagnóstica de mucormicose rino-orbitária atendido na urgência oftalmológica da Santa Casa de Belo Horizonte
Paciente W. J. G., 51 anos, diabético descompensado, com queixa de proptose e baixa acuidade visual à direita há três semanas. Relato de tratamento prévio com amoxicilina com clavulanato, sem melhora clínica. Ao exame de olho direito (OD): acuidade visual de vultos, órbita aguda paralítica à direita, ptose palpebral grave, quemose, média midríase e fundo de olho com alterações sugestivas de oclusão de artéria central da retina. Olho esquerdo sem alterações. Realizada internação hospitalar, tomografia computadorizada de órbitas e revisão laboratorial: exames evidenciam celulite pós septal e pansinusopatia. Iniciado tratamento empírico endovenoso com ceftriaxona, oxacilina e metronidazol, sem melhora do quadro. Aventada hipótese de acometimento fúngico, realizada biópsia e desbridamento da lesão. Diante da gravidade clínica, iniciado anfotericina B desoxicolato endovenosa. Paciente apresentou melhora do quadro, porém segue em internação. Achados histopatológicos reforçam diagnóstico de mucormicose.
A mucormicose é uma doença fúngica oportunista agressiva cuja principal localização é o trato rino-orbitário-cerebral. Tipicamente associada a diabetes mellitus descompensado ou imunossupressão. O caso relatado evidencia a complexidade diagnóstica e a importância do tratamento precoce no prognóstico do paciente.
Mucormicose; rino-orbitária; diabetes mellitus; celulite fúngica; proptose ocular
Plástica Ocular, Órbita e Vias Lacrimais
Santa Casa de Misericórdia de Belo Horizonte - Minas Gerais - Brasil
Raphael Coelho Santos, Isabela Soares Bôa Morte, Rebeka Hayashi Vicente, Bárbara Salomão Almeida Cunha, Natan Namem Halabi, Ana Luísa Rodrigues Silveira