COROIDOPATIA HIPERTENSIVA NA DRC E SINAIS CONFUNDIDORES COM VKH: RELATO DE CASO
Descrevemos um caso de Coroidopatia Hipertensiva (CH), manifestação pouco frequente, porém grave cujo diagnóstico diferencial é desafiador e fundamental para definição terapêutica e prognóstico.
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LAR, 21 anos, doença renal crônica dialítica por glomeruloesclerose segmentar e focal (GESF). Histórico de pico hipertensivo (220 x 130 mmHg) 15 horas antes, durante diálise peritoneal. Encaminhada do PA por cefaléia e baixa acuidade visual (AV) em ambos os olhos (AO), com exame neurológico normal e normotensa. Apresentava a melhor AV de 20/32 no olho direito (OD) e 20/25 no esquerdo. Biomicroscopia sem reação de câmara anterior e sem celularidade vítrea. Tonometria normal. Fundo de olho: descolamento seroso em polo posterior AO. Um exsudato algodonoso e uma hemorragia discóide em retina nasal superior, no OD. Angiofluoresceinografia: múltiplos pin points com pooling em polo posterior de AO e nervo óptico hipofluorescente em todas as fases. OCT: espessamento da coróide além do DR seroso AO. VKH foi descartada pela ausência de sinais inflamatórios e à hipofluorescência do nervo óptico à angiografia. A presença do exsudato algodonoso e da hemorragia reforçaram a suspeita de CH. A conduta foi controle da PA e avaliação oftalmológica amiúde. Evoluiu com melhora do DR e da AV.
Embora o quadro clínico sugerisse fortemente VKH, a avaliação criteriosa foi fundamental para o diagnóstico preciso e tratamento adequado, poupando o uso de corticoides em altas doses que poderia provocar iatrogenia.
coroidopatia hipertensiva
DRC
diálise peritoneal
Vogt Koyanagi Harada
Retina e Vítreo
Henrique Moreira de Freitas, Grazielle Fialho de Souza, Anna Christina Higino Rocha, Marina Bernardes Leão, Arthur Gribel dos Reis, Caio Godinho Caldeira