DOENÇA DE JENSEN (NEURORRETINITE POR TOXOPLASMOSE): UM RELATO DE CASO
Descrever um caso de doença de Jensen, uma forma rara de apresentação de toxoplasmose ocular
A.F.S. masculino, 19 anos, procurou serviço de urgência com queixa de baixa acuidade visual (BAV) súbita em olho esquerdo (OE) há 3 dias, sem demais sintomas. Ao exame: acuidade visual(AV) de 20/20 em olho direito (OD) e 20/200 em OE; à biomicroscopia (BIO): reação de câmara anterior de 2+/4+, sem outros achados; à tonometria por aplanação: 15/08 mmHg; à fundoscopia (FO): vítreo claro, disco óptico de aspecto elevado, contorno mal definido, associado a lesão exsudativa cinza-esbranquiçada em região justadiscal temporal, além de presença de edema macular. Devido hipótese diagnóstica de neurorretinite por toxoplasma foi iniciado tratamento empírico com Bactrim e Prednisona orais, associado a terapia tópica com corticoide e cicloplégico. As sorologias mostraram IgG reagente para toxoplasmose (43,8), demais sorologias investigadas negativas (sífilis, HIV, Hepatite B, Hepatite C, CMV). Após 40 dias de tratamento evoluiu com AV de 20/30 em OE, ausência de achados na BIO, regressão dos edemas de disco e de mácula e a lesão adquiriu aspecto de hiperpigmentação com bordas definidas
A infecção ocular pelo Toxoplasma gondii é uma das principais causas de uveíte posterior, sendo a Doença de Jensen uma forma de manifestação considerada rara e mais agressiva, com chances de dano permanente ao nervo e a mácula, sendo fundamental o reconhecimento pelo oftalmologista para início precoce do tratamento.
Doença de Jensen, Neurorretinite, Toxoplasmose
Oftalmologia Geral
Hospital Evangélico de Belo Horizonte - Minas Gerais - Brasil
Rafael Leite de Oliveira, Fernando Renato Praes Calixto, Yuri Bosi Torezani, Gabriela Coelho Teixeira Campos, Luis Augusto Cunha Soares, Karlla Cardinali Antunes Lauriano